Dando sequência aos comentários sobre essa obra, hoje vou falar sobre os dois personagens principais, a Chapéuzinho e o Lobo Mau. No contexto que incluir uma abordagem social na peça, escolhemos tratar sobre os trantornos alimentares com dois problemas bem aborados na época, a bulemia e obesidade. Como você deve ter percebido, especto leitor, a Chapéuzinho terá obesidade e o Lobo Mau sofre bulemia. A idéia orginal foi sugerida pelo meu saudoso professor, Ronaldo Heidemann, apenas com a Chápeuzinho que comia os docinhos da Vovó. Foi aí que abracei a história e comecei a incluir outras características aos personagens.
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Chapéuzinho chega a casa da Vovó, mas não a encontra, apenas o Louro que está pousado em uma árvore.
- Currupaco!!! A vovó não está! Curru..., avisa o empenado.
- Como não?! Ela não tava doente?
- Por que você acha (curru), que ela foi com o soro junto?!
Chapéuzinho fica abismada imaginando a cena.
- Quer ir embora e voltar quando ela vier?
- Não, espero aqui... É... Tô como uma fominha, vou comer um docinho. Quer? - pergunta ela de boca cheia.
- Se tivesse uma bananinha, algo mais saudável...
- Você também como essa mania?! Melhor sobra mais!... Mais um não faz falta... dois... três..., diz a menina, comendo um a um. Quer sabe, a vovó está demorando muito; vou comer tudo!
- Vai ficar balofa... currupaco!
- Balofa é a vó!
Ao som BYBO, do System Of A Down, a Vovó entra em cena deixando todos assustados.
- Ah, ha! - grita a velha.
- Ahhhh...!!! - respondem os dois assustados, susto que faz Chapéuzinho arremessar a cesta ao alto.
- PÔ, que vocês estão falando, aí?!
- Nadinha!!! - esclarecem sem graça.
- Hãm...
- Vovó, você está doente, não podia sair assim!
- E perder o show dos Carnívoros Sangrentos Mortais? NUNCA!!
Carnívoros Sangrentos Mortais, nossa, até parece Malhação!! - brinca o narrador.
- É bicho, mas é puro rock, puro rock!!! - nota a cesta de docinhos - Docinho pra min? Obrigada malu... cadê o doce?
- Eu que pergunto, CADÊ O DOCE?! - pergunta o diretor
- Eu comi seu diretor.
- Desculpa, é força do hábito.
- Relex, netinha! Amanhã você pede mais pro doce de teu pai. Agora entra vem tomar café, hoje tem cuca, cavaquinho e rosquinha.
- OBA!! Comida, esclama a menina enquanto entra na casa da Vovó.
- Todo dia é a mesma coisa: cuca, cavaquinho e rosquinha...
Finalmente o Lobo Mau chega exausto, se arrastando pelo chão.
- Docinho, docinho..., clama o Lobo.
- Curru, curru, curru, curru.
- Qual... É... a... graça-ça?!
- Chegou atrasado (curru) a baleia já comeu tu... Ai! - Louro é acertado por um copo que voa pela janela.
- Baleia é a vó!
- Chaaaapéuuuu!! - alerta a Vovó
- Ei, isso é uma fronta a fauna, vou exigir meus direitos, o IBAMA, chamem o juiz, o advogado, tem algum na platéia...
Vovó arremessa um prato que derruba o papagaio da árvore, se juntando ao Lobo Mau no chão.
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