sexta-feira, 29 de abril de 2011

A Chapézinho Vermelho dos Últimos Dias - O início

de Criciúma - SC, Brasil
Postado originalmente em Em Prosas:

Hoje começo a postar em uma série a peça teatral que produzi para o Festival de Teatro promovido em 2007 pela Escola Walter Holthausen de Lauro Müller. Juntamente com duas turmas de alunos, levei ao público a peça que é uma releitura temática de Chapézinho Vermerlho, uma das história infantis mais recontadas no mundo. O tema do evento era refazer as histórias infantis correlacionado com problemas e assuntos atuais da sociedade.

A cada postagem irei comentar algo. Espero que gostem!
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O Pai de Chapéuzinho a observa da porta, enquanto a pequena brinca no jardim e o jumento pasta por ali. O Narrador inicia:

A Chapéuzinho Vermelho... - tenta ler o título, mas é interrompido por um espectador.

- Ah, essa história tá batida, quem não sabe?! A Chapéuzinho leva docinho pra vovó, que comida pelo lobo e lenhador tira a vovó de lá!

Mas calma meu querido espectador, é A Chapéuzinho Vermelho dos Últimos Dias, é diferente!!

- Ah, bom!

O Espectador que estava no meio da plateia senta-se mais conformado.

Bom, continuando: era uma vez...?! Era uma vez de novo? Sempre era uma vez! pera aí... Certa vez num bosque que não foi queimado, nem devastado, havia uma menina que mora com pai numa casinha “pubrica” paga a prestação em 102x R$3,99 com 47% de juros ao ano.
Chapeuzinho Vermelho era seu nome, porque usava uma capa e chapéu vermelho. Se bem que isso tá mais pra toca do que chapéu!!

- Mais é chapéu, avisa irritada a Chapeuzinho.

Que parece toca. Humhum – ajeita a voz - Um dia seu pai fez deliciosos doces e os colocou dentro de uma cestinha:

- Ô fia, dava pra ocê leva esses doce pra veia da tua vó?

- Dá sim, papai, mais por quê? - pega a cesta

- Aquela jararaca tá doente, tomara que vá pro quinto dos inferno!!

- Ô pai, não fala assim dela não, ela é tão boazinha, calminha..., serena defende.

- Mais ocê sabe que eu tô brincado, eu gosto dela - remedeia, mas continua baixo - bem longe da min!

- Mas pai não era melhor leva uns, chá, remédio?...

- Mai ora essa!! Depois do trabaio que eu tive di faze?! Pode leva, aliais tudo que é bão faiz bem!

Quando Chapéuzinho terminava discutir com o Pai e iria para a casa da Vovó, o Pai chama sua atenção novamente:

- Mai o Chapeuzinho, pera ai minha fia, por que você não pega a condução?

- Dããrr... Pai!

- Oia minina..., ameaça o Pai.

- Sabe aquele buraco perto fazenda do Burica?... Os bandidos tocaram fogo nela e jogaram lá.

- Ah, bão. Memo assim cuidado no caminho!

E assim ela vai para casa da jararaca... Q-q-quer dizer, da vovó, engana-se o Narrador.

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