segunda-feira, 10 de maio de 2010

Aquecimento global não existe?

de Criciúma - SC, Brasil
http://francobeck.files.wordpress.com
O bom de entrar na academia é que você tem contato com várias pessoas, de vários níveis de conhecimento. Assim como temos aqueles que se pagam, tem sempre um pessoal bacana para dividir opniões e conhecer mais com eles. 

Isso foi o que aconteceu na última semana enquanto conversava com meu amigo Fabiano. Já não me lembro como, só sei que chegamos ao assunto do Aquecimento Global, e ele disse que acredita que isso não existe, não passa de conversa politiqueira, e que a Terra estaria passando por um ciclo de resfriamento. 

Na hora ri. Mas prometi ler um e-mail que ele me encaminhou, com um explicação para tal contestação. Não estou mostrando que sou favorável, apenas tenho uma outra versão do problema que quero compartlhar. Verifiquei as fontes antes de postar, com links e tudo. Talvez isso não seja novidade para você leitor, mas se como para mim é boa leitura (extensa! :D) e reflexão:

"Não existe aquecimento global", diz representante da OMM na América do Sul

Por Carlos Madeiro
Especial para o UOL Ciência e Saúde


Com 40 anos de experiência em estudos do clima no planeta, o meteorologista da Universidade Federal de Alagoas Luiz Carlos Molion apresenta ao mundo o discurso inverso ao apresentado pela maioria dos climatologistas. Representante dos países da América do Sul na Comissão de Climatologia da Organização Meteorológica Mundial (OMM), Molion assegura que o homem e suas emissões na atmosfera são incapazes de causar um aquecimento global. Ele também diz que há manipulação dos dados da temperatura terrestre e garante: a Terra vai esfriar nos próximos 22 anos.



Em entrevista ao UOL, Molion foi irônico ao ser questionado sobre uma possível ida a Copenhague: “perder meu tempo?” Segundo ele, somente o Brasil, dentre os países emergentes, dá importância à conferência da ONU. O meteorologista defende que a discussão deixou de ser científica para se tornar política e econômica, e que as potências mundiais estariam preocupadas em frear a evolução dos países em desenvolvimento.

UOL: Enquanto todos os países discutem formas de reduzir a emissão de gases na atmosfera para conter o aquecimento global, o senhor afirma que a Terra está esfriando. Por quê?

Luiz Carlos Molion: Essas variações não são cíclicas, mas são repetitivas. O certo é que quem comanda o clima global não é o CO2. Pelo contrário! Ele é uma resposta. Isso já foi mostrado por vários experimentos. Se não é o CO2, o que controla o clima? O sol, que é a fonte principal de energia para todo sistema climático. E há um período de 90 anos, aproximadamente, em que ele passa de atividade máxima para mínima. Registros de atividade solar, da época de Galileu, mostram que, por exemplo, o sol esteve em baixa atividade em 1820, no final do século 19 e no inicio do século 20. Agora o sol deve repetir esse pico, passando os próximos 22, 24 anos, com baixa atividade.

UOL: Isso vai diminuir a temperatura da Terra?

Molion: Vai diminuir a radiação que chega e isso vai contribuir para diminuir a temperatura global. Mas tem outro fator interno que vai reduzir o clima global: os oceanos e a grande quantidade de calor armazenada neles. Hoje em dia, existem boias que têm a capacidade de mergulhar até 2.000 metros de profundidade e se deslocar com as correntes. Elas vão registrando temperatura, salinidade, e fazem uma amostragem. Essas boias indicam que os oceanos estão perdendo calor. Como eles constituem 71% da superfície terrestre, claro que têm um papel importante no clima da Terra. O [oceano] Pacífico representa 35% da superfície, e ele tem dado mostras de que está se resfriando desde 1999, 2000. Da última vez que ele ficou frio na região tropical foi entre 1947 e 1976. Portanto, permaneceu 30 anos resfriado.

UOL: Esse resfriamento vai se repetir, então, nos próximos anos?

Molion: Naquela época houve redução de temperatura, e houve a coincidência da segunda Guerra Mundial, quando a globalização começou pra valer. Para produzir, os países tinham que consumir mais petróleo e carvão, e as emissões de carbono se intensificaram. Mas durante 30 anos houve resfriamento e se falava até em uma nova era glacial. Depois, por coincidência, na metade de 1976 o oceano ficou quente e houve um aquecimento da temperatura global. Surgiram então umas pessoas - algumas das que falavam da nova era glacial - que disseram que estava ocorrendo um aquecimento e que o homem era responsável por isso.

UOL: O senhor diz que o Pacífico esfriou, mas as temperaturas médias Terra estão maiores, segundo a maioria dos estudos apresentados.

Molion: Depende de como se mede.

UOL: Mede-se errado hoje?

Molion: Não é um problema de medir, em si, mas as estações estão sendo utilizadas, infelizmente, com um viés de que há aquecimento.

UOL: O senhor está afirmando que há direcionamento?

Molion: Há. Há umas seis semanas, hackers entraram nos computadores da East Anglia, na Inglaterra, que é um braço direto do IPCC [Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática], e eles baixaram mais de mil e-mails. Alguns deles são comprometedores. Manipularam uma série para que, ao invés de mostrar um resfriamento, mostrassem um aquecimento.

UOL: Então o senhor garante existir uma manipulação?

Molion: Se você não quiser usar um termo tão forte, digamos que eles são ajustados para mostrar um aquecimento, que não é verdadeiro.

UOL: Se há tantos dados técnicos, por que essa discussão de aquecimento global? Os governos têm conhecimento disso ou eles também são enganados?

Molioneconômica. Da maneira como vejo, reduzir as emissões é reduzir a geração da energia elétricaelétrica sem reduzir a produção.

UOL: Isso traria um reflexo maior aos países ricos ou pobres?

Molion: O efeito maior seria aos países em desenvolvimento, certamente. Os desenvolvidos já têm uma estabilidade e podem reduzir marginalmente, por exemplo, melhorando o consumo dos aparelhos elétricos. Mas o aumento populacional vai exigir maior consumo. Se minha visão estiver correta, os paises fora dos trópicos vão sofrer um resfriamento global. E vão ter que consumir mais energia para não morrer de frio. E isso atinge todos os países desenvolvidos.

UOL: O senhor, então, contesta qualquer influência do homem na mudança de temperatura da Terra?

Molion: Os fluxos naturais dos oceanos, polos, vulcões e vegetação somam 200 bilhões de emissões por ano. A incerteza que temos desse número é de 40 bilhões para cima ou para baixo. O homem coloca apenas 6 bilhões, portanto a emissões humanas representam 3%. Se nessa conferência conseguirem reduzir a emissão pela metade, o que são 3 bilhões de toneladas em meio a 200 bilhões?Não vai mudar absolutamente nada no clima.

UOL: O senhor defende, então, que o Brasil não deveria assinar esse novo protocolo?

Molion: Dos quatro do bloco do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), o Brasil é o único que aceita as coisas, que “abana o rabo” para essas questões. A Rússia não está nem aí, a China vai assinar por aparência. No Brasil, a maior parte das nossas emissões vem da queimadas, que significa a destruição das florestas. Tomara que nessa conferência saia alguma coisa boa para reduzir a destruição das florestas.


UOL: Mas a redução de emissões não traria nenhum benefício à humanidade?


Molion: A mídia coloca o CO2 como vilão, como um poluente, e não é. Ele é o gás da vida. Está provado que quando você dobra o CO2, a produção das plantas aumenta. Eu concordo que combustíveis fósseis sejam poluentes. Mas não por conta do CO2, e sim por causa dos outros constituintes, como o enxofre, por exemplo. Quando liberado, ele se combina com a umidade do ar e se transforma em gotícula de ácido sulfúrico e as pessoas inalam isso. Aí vêm os problemas pulmonares.

UOL: Se não há mecanismos capazes de medir a temperatura média da Terra, como o senhor prova que a temperatura está baixando?

Molion: A gente vê o resfriamento com invernos mais frios, geadas mais fortes, tardias e antecipadas. Veja o que aconteceu este ano no Canadá. Eles plantaram em abril, como sempre, e em 10 de junho houve uma geada severa que matou tudo e eles tiveram que replantar. Mas era fim da primavera, inicio de verão, e deveria ser quente. O Brasil sofre a mesma coisa. Em 1947, última vez que passamos por uma situação dessas, a frequência de geadas foi tão grande que acabou com a plantação de café no Paraná.

UOL: E quanto ao derretimento das geleiras?

Molion: Essa afirmação é fantasiosa. Na realidade, o que derrete é o gelo flutuante. E ele não aumenta o nível do mar.

UOL: Mas o mar não está avançando?


Molion: Não está. Há uma foto feita por desbravadores da Austrália em 1841 de uma marca onde estava o nível do mar, e hoje ela está no mesmo nível. Existem os lugares onde o mar avança e outros onde ele retrocede, mas não tem relação com a temperatura global.

UOL: O senhor viu algum avanço com o Protoclo de Kyoto?

Molion: Nenhum. Entre 2002 e 2008, se propunham a reduzir em 5,2% as emissões e até agora as emissões continuam aumentando. Na Europa não houve redução nenhuma. Virou discursos de políticos que querem ser amigos do ambiente e ao mesmo tempo fazer crer que países subdesenvolvidos ou emergentes vão contribuir com um aquecimento. Considero como uma atitude neocolonialista.

UOL: O que a convenção de Copenhague poderia discutir de útil para o meio ambiente?

Molion: Certamente não seriam as emissões. Carbono não controla o clima. O que poderia ser discutido seria: melhorar as condições de prever os eventos, como grandes tempestades, furacões, secas; e buscar produzir adaptações do ser humano a isso, como produções de plantas que se adaptassem ao sertão nordestino, como menor necessidade de água. E com isso, reduzir as desigualdades sociais do mundo.


UOL: O senhor se sente uma voz solitária nesse discurso contra o aquecimento global?

Molion: Aqui no Brasil há algumas, e é crescente o número de pessoas contra o aquecimento global. O que posso dizer é que sou pioneiro. Um problema é que quem não é a favor do aquecimento global sofre retaliações, têm seus projetos reprovados e seus artigos não são aceitos para publicação. E eles [governos] estão prejudicando a Nação, a sociedade, e não a minha pessoa.

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Interessante é a parte que ele fala sobre a politicagem sobre o aquecimento global, parece com teoria da conspiração, mas não deixo de pensar nisso.

Na Band ele chega a afirmar que a expedição brasileira na Antartida concluiu que a temperatura está diminuindo. Procurei as informações e analisei alguns meses no site deles (http://antartica.cptec.inpe.br/~rant...therdata.shtml [este link não está funcionando]) e realmente a temperatura está diminuindo. As vezes há certos picos, mas na grande parte do tempo a temperatura fica estável e condições cada vez menores abaixo de 0. Além de que os gráficos da radiação solar mostra que cada vez menos raios estão chegando ao continente gelado.

Em outra parte ele fala da manipulação de dados pela Universidade East Anglia (fontes afirmam que recebeu dinheiro e que não justificou os dados apresentados):

ONU quer investigação de acusações de manipulação de dados do IPCC

O Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) da ONU afirmou que acusações de que cientistas britânicos manipularam dados sobre o aquecimento global, para fortalecer o argumento de que mudanças climáticas têm origem em ações humanas, devem ser investigadas.

As acusações surgiram há duas semanas, com o vazamento, pela internet, de centenas de emails trocados por integrantes da Unidade de Pesquisa Climática da Universidade de East Anglia, na Grã-Bretanha, e cientistas de outros países.

Um dos emails sugere que o chefe da Unidade de Pesquisa Climática, Phil Jones, queria excluir documentos da próxima grande avaliação da ONU em ciências climáticas. Jones, que se afastou do caso até o final de uma investigação interna, nega veementemente a manipulação de dados e afirma que os emails foram divulgados fora de contexto. Outros cientistas envolvidos no incidente negam que tenha havido manipulação de dados.

O coordenador do do IPCC, Rajendra Pachauri, disse à BBC que as acusações de manipulação são graves e ele quer uma investigação.

"Certamente vamos analisar tudo e então vamos nos pronunciar sobre isto. Com certeza não queremos varrer nada para debaixo do tapete. Esta questão é séria e vamos analisar todos os detalhes", afirmou.

Os chamados "céticos" em relação ao aquecimento global alegam que os emails divulgados prejudicam os argumentos científicos que afirmam que a mudança climática está sendo causada pelas emissões de gases de efeito estufa, e já apelidaram o incidente de "Climagate", numa alusão ao caso Watergate, o escândalo que levou à renúncia do presidente americano Richard Nixon em 1974

De acordo com o analista de meio ambiente da BBC Roger Harrabin, o vazamento dos emails abalou o mundo da ciência climática e suas repercussões estão se espalhando.

A Arábia Saudita, por exemplo, tradicional oponente das propostas de cortes no uso de combustíveis fósseis, afirmou que o incidente significa que a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, na próxima semana, em Copenhague, na Dinamarca, deve abandonar os planos para redução das emissões.

Outros importantes acadêmicos do setor de estudos de mudança climática afirmam que a divulgação destes documentos não muda nada na avaliação feita pelo IPCC em 2007. O pior cenário quanto ao aquecimento global, divulgado pelo IPCC no relatório de 2007, prevê um aumento de temperatura de entre 2,4ºC e 6,4ºC até o fim do século

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